Judô Paraolímpico e Especial
Sob a premissa de criar um esporte que pudesse ser praticado por todos e que, ao mesmo tempo, fosse desafiante e competitivo, em 1882, Jigoro Kano criou uma arte marcial voltada ao treinamento físico, moral e social. O Judô foi disseminado na cultura japonesa e foi introduzido ao currículo escolar em 1911 (MIARKA; et al, 2011). O Judô é baseado em um Código Moral baseado em oito princípios: cortesia, coragem, honestidade, honra, modéstia, respeito, autocontrole e amizade. No Brasil o esporte foi disseminado pela imigração Japonesa e somente entre 1920 e 1930, que a prática do Judô foi organizada como esporte e arte marcial. A Confederação Brasileira de Judô, fundada em 18 de março de 1969, foi consagrada em 1972 com a primeira medalha olímpica em Munique. Saiba mais clicando aqui.
Judô Paraolímpico
Foi o primeiro esporte de origem asiática a ingressar no programa paraolímpico, em Seul (1988), onde só participaram atletas cegos. O Brasil estreou com três medalhas de bronzes, pelos atletas: Jaime de Oliveira (60 kg), Júlio Silva (65 kg) e Leonel Cunha (+95 kg). A primeira participação de mulheres foi no ano de 2004 em Atenas (HARNISCH, 2016), com bronze para o Brasil por Daniele Silva (57 kg) e prata por Karla Cardoso (48 kg). O atleta mais condecorado é Antônio Tenório da Silva, com ouro em: Atlanta (1996), Sidney (2000), Atenas (2004) e Pequim (2008). No total o Brasil possui 18 medalhas na modalidade paralímpica, sendo 4 ouros, 5 pratas e 9 bronzes.
Classificação de categorias:
B1 – Cego total: de nenhuma percepção em ambos os olhos até a percepção de luz com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
B2 – Lutadores que têm a percepção de vultos, com capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a cinco graus.
B3 – Lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre cinco e 20 graus.
Conheça o site da Confederação Brasileira de Judô clicando aqui.
Judo Especial
O vídeo de Breno Viola ganhou as redes sociais. Breno foi o primeiro judoca com Síndrome de Down a conquistar a faixa preta nas américas e hoje é terceiro dan. É pioneiro no esporte sendo o primeiro a conquistar uma medalha em competição internacional e primeiro a conseguir uma medalha na Special Olympics. Em 2014 foi homenageado pela Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro com um campeonato e título com seu nome: Troféu Breno Viola, na 1ª Etapa do Estado de Judô para todos. Acesse a notícia clicando aqui.
Síndrome de Down
Síndrome de Down ou Trissomia 21 é uma doença genética, gerada a partir de um erro na distribuição dos cromossomos nas células, adicionando um cromossomo a mais ao par 21 (maior ocorrência). Com incidência de 1:800 nascidos vivos, esta doença acompanha o indivíduo desde a sua formação intrauterina e o acompanha até o fim da vida. Ao nascer, já é possível identificar alterações globais do processo de desenvolvimento, pois o SNC (Sistema Nervoso Central) não está totalmente formado, ocasionando em atrasos no desenvolvimento motor, dificultando atividades iniciais básicas, como sentar, engatinhar e andar. Porém, com a habilitação adequada, o indivíduo consegue se adaptar ao meio que se vive (HASEGAWA; et al, 2018). O Ministério da Saúde lançou em 2013 a cartilha: Cuidados de Saúde às Pessoas com Síndrome de Down. Você pode acessá-la, clicando aqui.
Special Olympics
A Special Olympics é uma organização internacional fundada pela professora em educação física Anne McGlone Burke, com a missão de apoiar atletas com deficiências intelectuais. A primeira edição ocorreu em 1968, em Chicago, onde mais de mil atletas americanos e canadenses competiram em diversas modalidades. Hoje são mais de 30 categorias, incluindo o Judô, triátlon, levantamento de peso e diversos esportes radicais e de quadra. Em 2019, a Special Olympics ocorrerá em Dubai, entre os dias 14 e 21 de março. Conheça mais, clicando aqui.
Referências:
HARNISCH, Gabriela Simone et al. O Ensino do Judô de forma inclusiva no Brasil. Journal Of Research In Special Educational Needs, [s.l.], v. 16, p.757-761, ago. 2016. Wiley. http://dx.doi.org/10.1111/1471-3802.12213. Disponível em: <https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/1471-3802.12213>. Acesso em: 24 fev. 2019.
HASEGAWA, Juliana et al. Atuação do fisioterapeuta no desenvolvimento da criança com síndrome de down: uma revisão bibliográfica. Ciência Atual, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p.02-14, 2018. Disponível em: <www.cnad.edu.br/revista-ciencia-atual/index.php/cafsj/article/view/241/pdf>. Acesso em: 24 fev. 2019.
MIARKA, Bianca et al. Paraolimpismo, Judô adaptado e suas precondições de convivência. Hórus, São Paulo, v. 6, n. 1, p.225-234, 2011. Disponível em: <http://revistapuca.estacio.br/index.php/revistahorus/article/viewFile/4134/1925>. Acesso em: 24 fev. 2019.
Por: Ramon Carlos Pedroso de Morais, acadêmico do 8° período de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); membro do Grupo (Re) Habilitar; diretor administrativo e financeiro da LAENP (Liga Acadêmica de Enfermagem Neonatal e Pediátrica); voluntário na ACAM (Associação Catarinense de Assistência ao Mucoviscidótico – Fibrose Cística).