Inspiração: Florence Nightingale
O estilo revolucionário de Florence Nightingale durante a guerra da Criméia foi fundamental na lapidação do que se entendia por enfermagem. Em seus escritos, o cuidado focado na reabilitação dos feridos em guerra era evidenciado por suas intervenções, pois em 1859, já compreendia a influência do ambiente físico, social, fatores psicológicos na reinserção do ferido na sociedade. O sucesso da recuperação do enfermo se dava pela garantia de ar puro, claridade, aquecimento, silêncio, limpeza do ambiente, pontualidade da equipe, higiene da pele, roupas de cama limpas e assistência na oferta da dieta. Durante a guerra, suas ações reduziram a taxa de mortalidade de 42% para 2%. A comprovação de sua eficiência rendeu a designação de “Dama da Lâmpada”. Sua atuação na guerra também contribuiu em três áreas da medicina contemporânea: o controle de infecção hospitalar, a epidemiologia e os cuidados paliativos¹.
O que podemos aprender com Florence Nightingale?
- A importância do registro: mesmo sendo uma das responsabilidades e deveres do enfermeiro, previstos no Art. 25 do Código de Ética de Enfermagem (registrar no prontuário do paciente as informações inerentes e indispensáveis ao processo de cuidar), registrar ainda é um ato falho. O registro de enfermagem possibilita ao enfermeiro a comprovação da prestação de sua assistência, respaldo perante a lei, contribui para a segurança do paciente, permite a coleta de informações em pesquisas científicas e auxilia o trabalho de auditoria e faturamento. Registre!
- Sede de conhecimento: Florence, além de enfermeira, possuía conhecimento nas áreas de matemática, estatística, latim, grego, línguas modernas e artes. Apesar da origem nobre, Florence vivia em uma época onde a informação não era acessível a todas as pessoas e não existia internet. Mesmo com um celular em mãos e a capacidade de acessar todo e qualquer tipo de conteúdo, nos limitamos à futilidades cotidianas. Otimize seu tempo!
- O ser humano é singular, integral, indivisível e insubstituível: os princípios da reabilitação permitem ao indivíduo, por meio de uma assistência individualizada, a implementação de cuidados que incluem a família para a readaptação de uma nova realidade, buscando como meta, a máxima independência e a possibilidade de gerar autocuidado². Florence acreditava que o objetivo da enfermagem é propiciar ao ser humano as melhores condições, inclusive do meio ambiente, a fim de que o “poder vital” possa ser potencializado para um viver saudável¹.
Referências Bibliográficas:
¹ SILVA, José Vitor da; BRAGA, Cristiane Giffoni. Teorias de Enfermagem. São Paulo: Iátria, 2011.
² FARO, Ana Cristina Mancussi. Enfermagem em Reabilitação: ampliando os horizontes, legitimando o saber. São Paulo: Rev Esc Enferm USP, v 40, n 1, 2006.
Por: Ramon Carlos Pedroso de Morais, acadêmico do 7° período de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); membro do Grupo (Re) Habilitar; diretor administrativo e financeiro da LAENP (Liga Acadêmica de Enfermagem Neonatal e Pediátrica); voluntário na ACAM (Associação Catarinense de Assistência ao Mucoviscidótico – Fibrose Cística).